Brilho de todas as luas

Vi longe daqui, naquela rua

onde todos passam, uma estrela

cadente jogada no chão.

Pensei,então, o que fazia ela

naquele lugar frio e sem cor?

Perdeu o seu amor?

Invejou do jardim a flor?

Perguntas me fiz,

que depois foi ela quem diz:

estrela não fala, não canta e nem dança!

Quem disse também que precisa?

O seu brilho já revela toda sua

tristeza, sua alegria...

E assim se foi aquela noite,

cadente porque do céu caiu,

carente porque só eu a vi.

Mas nada disso agora importa,

há olhares bem mais perdidos que palavras,

há desejos escondidos dento do peito.

Bastou-meu a despedida, não pude evitar,

quis a levar, e levei,

junto a mim carreguei.

Aquele brilho caído, vindo lá do céu,

esquecido naquela rua.

De vez em vez, pessoas passam distraídas,

não reparam em suas ruas, em suas estrelas,

no brilho de todas as luas.

Carolina Oliveira da Silva
Enviado por Carolina Oliveira da Silva em 17/03/2008
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