Somos isto que somos

Eu sou igual a você

Escrevo poema sobre os descuidos

Teço armadilhas pela náusea

Seja sexo, ou só amor, trocamos fluidos,

E suspeitamos de qualquer superfície áurea...

Você é igual a mim

Costura cortinas de sonho no tapete

Da sala de visitas, do quarto sem varanda

Brinca de comandar-se, ó marionete,

Recolhe-se ao umbigo, por mais que se expanda...

Enfim somos um só

Falamos de medo no chá das cinco

Mas nos cemitérios, viramos crianças

Nosso muro parece as bonanças

Da tempestade ruidosa que eu extingo

Ninguém é igual a ninguém

Todos somos não mais que um

Você decerto amou alguém

E aonde chegamos? A lugar algum...