No que depender de mim

No que depender de mim

A vida será assim

Um abismo de rosas

Pra gente cair sem sentir

Pra gente pensar e sonhar

No ontem, no amanhã

E no futuro, que virá...

No que depender de mim

As lágrimas irão partir

O que já estiver rachado

E irão eclodir

De um rosto emocionado

Fazendo-me sentir

Que é só mais um dia...

Fechado!

No que depender de mim

Vestirei luto por sua fadada emoção

Derrubarei os obstáculos

Da minha condição

De pessoa, livre...

Porque o seu amor é uma guerra

E ninguém ganha nela

Ninguém tem estratégia

Ninguém tem garra pra lutar...

Aliás, eu tinha

Eu tenho, nem sei mais...

Como sobreviver?

Como entender?

Como desvincular

A pessoa que é você

Dos percursos pra te encontrar?

Talvez eu tenha que desgostar

Pra saber continuar...

Talvez você tenha que me perder

Pra melhor valorizar

Meu tempo

Minha disponiblidade

Por que na verdade

Você pode se esforçar...

Mas valerá o esforço?

Eu luto de peito aberto

De mãos vazias

E sofro, numa crescente agonia

Que mina o sentimento

Lentamente...

O que você acha que faz?

Aliás, você morre pouco a pouco

Dia-a-dia

Cosncientemente

Propositadamente

E nada mais me invade

A não ser a dor

Porque isso dói

Não dói em você

Mas em mim corrói...

E me desfaz

E me destrói

Você em mim jaz

Porque isso depende de você

E daquilo que você sempre faz...

Salvador, 17/12/07 16h 10min