Das dificuldades de Amar...

É tão difícil imaginar

Outro amor em mim,

Nem um delírio vadio

Me afasta teu semblante.

Meu coração é tão clichê

Tão sem imaginação:

Só pensa em você,

Só quer saber de você.

Em uma segunda opinião,

Ele é um romântico,

Desses caretas de flores

Acompanhadas de um poema de guardanapo.

Como é difícil falar de amor

Sem citar teu nome

Numa frase rimada

Com hiperboles e metáforas.

É difícil ter que ouvir

Os amigos mogoados

Enquanto, eu tenho tanta alegria,

Numa paz explicável e passional.

Como é difícil não sorrir

Quando te encontro,

Vendo os anjos que te rodeiam,

Brincando com teus cabelos.

Serafins inquietos,

Guardando um tesouro

Por Deus criado

Para enriquecer um coração.

Como é difícil não se entregar

Aos teus olhos de ruína,

Esses dois astros

Que tudo sugam para suas órbitas!

Esses olhos que refletem

Uma paz de fim-de-tarde,

Na mais bela praia,

Com o mais belo poente.

Como é difícil fugir

Do som da tua voz:

Uma vez ouvida

E já é um vício mortal;

Uma música de sereia

Acompanhada por um violão de sete-cordas;

Tua voz é o único som

Que melhora o silêncio!

Como é difícil ser triste

Se você existe,

Se eu existo,

E ambos existimos um no outro.

Como é difícil...como é!