Horas Mortas

Desenho letras desconexas no papel

A alma presa à caneta

Sinto que não há mais tempo

Amanhã será tarde demais

E, no entanto, o hoje não acontece

As horas escorregam, uma a uma

Entre os meus dedos fechados

Que não acarinharam você

A minha boca seca de esperar seu beijo

O meu corpo rijo por não ter sido seu

Lembro nossos momentos

Sempre tão iguais

Notícias velhas

Em jornais novos

Que, um dia

Eu vou parar de ler

Para sempre