A Chuva e o meu Querer.

I

Deito para ouvir a chuva

Som divino que acalma

E às vezes alucina,

Remetendo-me a sina

De ser sensível

Ao querer mais e mais

Ao não poder ter mais

Do que agora tenho.

Coração que nunca se farta

Embora cansado de sofrer

Basta um aceno

Para aumentar o querer

II

Sinto-me estranhamente calma.

Bastou-me a chuva ouvir

E o vento as minhas costas abraçar.

Sensatez?

Paz almejada?

Maturidade?

Não sei que nome dar

A esse instante de alento

Mas sei que é um novo momento

Apesar do meu querer a ti

Apesar do teu querer a mim.

Apesar dos intensos quereres

Hoje estou tranquila, sim.

Evelyne Furtado
Enviado por Evelyne Furtado em 29/03/2008
Reeditado em 29/03/2008
Código do texto: T921323
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