Zelo

Floresço-me como uma bonina,

Toda flor tem alma de menina.

Sempre haverá uma escondida

Na mais puríssima feminina.

Oh, mil perdões, minha flor!

Sem querer, te trouxe dor

Só para sentir teu olor

E dar-te só por amor...

E, de meu ato, desfloresço

E por esta dor padeço,

Te sentindo por espesso

Através de um belo espelho.

Já murcha, o vento levará,

E o dia mais uma vez passará...

E meu amor já te esquecerá...

Queria eu poder te entregar

P'ra as águas de um tênue mar...

(CaosCidade Maravilhosa, 2004)