DRÁCULA

DRÁCULA

Nas terras de escarpas da Valáquia*Lutou pelas hostes da sagrada cruz*Comandou inúmeros homens*Ânsia em uma fatídica glória*Notável guerreiro Dracul*Assim começou a tragédia*Era todo devotado*Era guerreiro de Jesus*Tinha a segurança da doce amada*E o carinho da nação*Mas seu coração era insaciável*E sua sede de vida imensa*Assim começou a sua história*Mas a sombra da lua se adensava*Pelas nobres e pacatas terras*Agarrou-se á sua Causa*Via nos olhos do inimigo*Que assomava reinos*Muito, muito cedo*Sua maior arma*A sua destruição*A impiedade, o medo*Pela implacável ordem*A ordem do Dragão*Destino irremediável*Com seu brasão*E sua grande fúria*Aos poucos determinava*O que seria no futuro*A triste maldição... *

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Quando finalmente*Aproximara a maior luta*Poderia morrer*Mas antes determinou*Ter á Deus se entregado*Jurou volta ao seu amor*Que não seria derrotado*Lançou-se á batalha*Lutas e lutas*Mortes e mortes*Com o adversário*Com a mente*Com o coração*Aos poucos deixava*De ser um homem*De tanto ver sangue*De ver tantos cortes*Sua lenda aumentava*Á medida em que nas trevas*Se aprofundava... *Mas Deus quis, Foi grande vitorioso*Pelo exército clamado*Podia voltar ao seu reino*Onde a amada querida*No seio da paz*Aguardava o seu amado. *

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Mas como é lúgubre*A traição humana*Quando na chegada*Via olhos estarrecidos*Não só com a volta*De tamanho massacre*Mas também com o terrível, Trágico e infeliz acontecido*As ruas não comemoravam*Não soavam a trombeta*De tamanha tristeza*Que o destino reservara*Sua escura faceta*Diante da entrada*Do meu imponente castelo*Todos viam a pálida face*Desconhecendo á tudo*Que vira na cidade*Ali, de nada valia*Sua força*Sua grande autoridade. *Abriu os portões*Da pequena catedral*Que na fortaleza residia*Oh, que amarga queda*No centro do recinto*A face alva*Do corpo sem vida*Que em ânsia*Á sua espera estaria. *Seu belo rosto*Na paz aparentava estar*Não via luz em seu vestido*Mas seus olhos tão profundos*Uma lágrima tênue*Parecia os riscar*Descobriu então*Que Havia deixado à vida*

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Com tamanha tristeza*Ao chocantemente saber*Por uma carta traidora*Que seu amado*No longínquo campo*Á poucos dias*Terminava de lutar*Na sua batalha e morrer*Não tinha ninguém*Era sua outra parte*Que lá se esvaia*Beleza paz*Nos verdes campos*E olhar as alvas montanhas*Não viveria*Seria condenada*Á olhar á sua frente*Tal beleza e paz*Onde no seu coração*Não existiria. *Ah que dor*Que grotesca dor*Percorreu o seu coração*Com a determinação*Das autoridades*De Deus ali em pessoa*Indicando-lhe o caminho*Em que sua amada*Acabara de enveredar*Foi suicídio*No caminho das sombras*Entre mortos errantes*Não haveria como se salvar. *E neste desumano instante*Um ódio insone*Assolou seu coração*Gritou, esbravejou*Sacou sua honrada espada*Enfiou no símbolo que nós*Confiamos nossa redenção*Todo seu rancor*E sua grande jura de maldição*De onda estava encravada a ferida*Brotava sangue*Simbolizando dor da perda*Da luz ante as trevas*E ele segurou o cálice*E bebeu o líquido*Maldizendo que ali estava a vida*E essa seria dele*O reino inteiro caiu em ruínas*Por causa de sua dor*Por causa da sua amada*Por causa de sua partida... *

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Na aurora da revolução*Em que o homem começava*Á vislumbrar o mundo novo*Da filosofia, religião e ciência. *Vindas da antiga terra de Gália*A sombra olhava a terra dos lordes*E algo chamava sua atenção*O que seria aquilo*Vindo de um povo esquecido*Que queria terreno londrino*Através de comunicações*Comerciais adentravam aos poucos*Bons negócios eram esperados*Era armadilha do passado*Para este mundo novo*Algo chegara em mutilado navio*Parecia ser um grande lobo*Que aos poucos dias*Tornou-se temor*Na cidade que viveria*Noites de terror*Era o monstro redivivo*Andava entre os transeuntes*Assumia formas de morcego*E enorme canino*Era “o Empalador” *Criatura fruto da sua criação*Era a negação ao criador*Era forma doentia*De nossos sentimentos*Era antítese do seu amor*Caçava vitimas desavisadas*Para alimentar-se da maneira*Mais básica e primitiva*Era o vampiro*Criatura da noite*Parasitaria e inumana*Que se alimentava*Do suave sangue*Das criaturas fragilizadas*

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Mas numa manhã*Nublada como sonho*Parou e descobriu*O que ali lhe chamava*Aturdido drasticamente*Ali na sua frente*O que trouxe a esse mundo*Novo dos sonhos que não teve*Era a sua eterna amada*Que estava de volta*Em novo, mas igual corpo.* Era o atestado que o fim*Não havia chegado*Aproximou-se como há 400 anos antes*Como jovem guerreiro*Jovial e reluzente coração*No apagado corpo que possuía*Dentre mares de tristezas distantes*Onde ali a havia perdido*Seu olhar era a sua alma*E seu coração era luminoso*Naquele momento eterno*Ela sentiu que ele era velho*Um velho coração*Como uma grande lembrança*Como inesquecível canção*Era o retorno de seu amor*Retorno de sua maldição*Cortejou-a e lhe falou de luz*Que era como o brilho*Da fada verde e que lhe*Protegeria para sempre*Pois bem sabia que vidas*Haviam sido dadas as sua crias*E lá nada o impediria.*Fomentou morte e desespero*Á quem lhe caçava*Amores perdidos*E ás garras sua imagem,Ali, á escuridão trazido.*

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E numa triste noite*Onde tudo era treva*Revelou á sua alma perdida*Que estava ali á lhe contemplar*Com olhar terno e inseguro*Que era a criatura á que todos temiam*Era DRÁCULA*A terrível criatura caçada*E a jovem, Mina, era seu nome. *Chorou como nunca*Por descobrir o sentia no intimo*Que a descoberta não á atemorizou*E que Deus a perdoasse*Mas ela, acima de tudo o amava*E na queria mais viver naquele mundo*Longe daquela vida*Do mesmo vazio de séculos*Que o terrível tempo os separava. *Naquele momento á ele entregou-se*E tudo seria diferente*Nada no tempo*Nada na vida*Não mais os separaria...*

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Foi então que se iniciou a grande fuga*Para a antiga terra*Onde haviam jurado*Seu imbatível amor*Perseguido por trem*Á cavalo e á navio*Entre pistas erradas*E pesadelos conscientes*Á sua amada proclamada*Por nobres homens Protegida*Ao seu chamado*Ela o atendia...*

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No grande palco da morte*Lá, no velho castelo*Homens lutaram por suas vidas*E pelas outras futuras*Em que a morte lhes De perto passava*Houve queda*Grande choro*Tinir da espada*E clamor aos gritos*Eram loucos*Lutando como animais*Sem esse sacrifício*Nada valeria mais. *No ultimo instante*Onde não se tinha mais esperança*A força de um braço*E velocidade de uma lança*Por um Punhal*O demônio foi alvejado*Acabando de ferir*Outros tantos*Havia acabado a luta*No combate*O bem havia triunfado*

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Esgueirando pelos cantos*Combalido e sem força. *Este, entrou na antiga capela*Capela da ruína*E mais nada existia*A não ser o seu lamento*Por ver que o fim,afinal*Para ele havia chegado*Ela o pegou e chorou junto*Ele perguntou “Onde esta o meu Deus?”*Naquele lugar berço do desespero*A antiga cruz volta á ser a mesma*A ferida fechara-se*O perdão ali chegara*As luzes do senhor fulguraram*No pequeno recinto*Trazendo á vida*Perdida há séculos atrás*A paz ali se instalara*Todo caminho feito*Era para sua redenção*Mas antes devia passar pela pena*Para chagar á sua iluminação*E os dois despediram*Para no além se reencontrarem*Reunidos por Deus*Através do seu exemplo*Á nós demonstrar*Simples mortais*

Que o amor nunca morre*

Que o Amor é eterno*

Que o amor que pode tudo. *

Aluísio Bórden.

Em 02 de Abril de 2008.

Inspirado no filme:

“Drácula – de Bram Stoker” (1992)

Produzido e Dirigido por Francis Ford Coppola.

Aluísio Bórden
Enviado por Aluísio Bórden em 03/04/2008
Código do texto: T929522
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