Tumulto de amor

O HÁLITO evaporando timidamente

num orvalhar de lábios em movimento

não ser paixão, não ser tumulto

ser amor, ser tranqüilidade

PERFUMES de amor silvestre

seminu espargindo sentimentos

uma gota sustém a libido na relva

ausência de espaço nessa voragem

OH! AMOR não existem fronteiras

nesse outono em névoa vacilante

uma dor em amplitude silvante

vocifera no ar em puro êxtase

NUM ARREPIO seráfico gozoso

flutua perdida na lentidão

ausente num crepitar do coração

necessita repetir esse tumultuar

O AMOR diluiu o desejo

na faina voraz do matrimônio

não existe mais motim

ser

não ser

árvore

fruto

no timbre dúctil dos lábios

no alento do amor em movimento

na travessia do bosque na solidão

sem álibi nessa colina da desilusão

joga-se num repouso

um murmúrio no túmulo

sem lírios, rosas ou gardênias

o amor na inércia

tímida aurora

sem um tumulto de amor

Ton Machado Guimarães
Enviado por Ton Machado Guimarães em 09/04/2008
Reeditado em 25/04/2008
Código do texto: T938412
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