Sem você
Um amor, num poema,
é apenas de papel!
Sem cor, sem flor,
sem imagem ou espaço:
clichê!
Um poema, numa pilha,
é apenas mais um!
Sem brilho, sem forma,
sem gravura ou tradução.
Uma paixão, numa música,
é apenas alarido!
Sem som, sem tom,
sem, ao menos, ritmo.
Uma música, num disco,
é apenas mais uma!
Sem classe, sem nexo,
sem nada, só.
Um poeta, numa madrugada,
é apenas sonhador!
Sem musa, sem inspiração,
sem querer, sem ser:
sem Platão!
Eu, neste intervalo,
sou apenas poeta!
Com amor, com paixão,
numa vida sem você.