ùltimo.
Este é meu último,
o último poema de amor.
Queria que fosse só mais um,
não escrito com tanta dor.
Mas é o derradeiro,
juro, meu último devaneio...
Não há mais por que sonhar.
Talvez as nobres palavras
também já tenham partido,
para o cansaço cessar.
E os versos dantes?
Jamais serão os mesmos.
O eterno momento nem
sempre dura o infinito.
Mas eu daria tudo, até o dito
pelo não dito, para durar.
Daria a vida, mas não sei
se a eternidade iria aceitar.
Uma pobreza de alma, uma alma
arraigada de dor.
será mesmo? Será mesmo
que nada vale a pena para o amor?
eu diria que vale,
até nossos íntimos sacrifícios.
Até os mais tortuosos martírios.
São inúmeros vícios,
esses amores e delírios.
Talvez a humanidade jamais curar-se-á:
Talvez eu mesma, a alegria não encontrará.
E no âmago de um luar, jurado perante aos céus
que seria só nosso, no âmago de se apaixonar
sob o véu do amor, tudo valeu a pena...
afinal, ambas almas escolheram o mesmo dilema...
E talvez se encontrem por aí,
nas esquinas do coração.
Escondendo o sentir
de uma louca paixão.
Este é o último motivo para rimar.
O último, até da vida a dor se cansar...