ùltimo.

Este é meu último,

o último poema de amor.

Queria que fosse só mais um,

não escrito com tanta dor.

Mas é o derradeiro,

juro, meu último devaneio...

Não há mais por que sonhar.

Talvez as nobres palavras

também já tenham partido,

para o cansaço cessar.

E os versos dantes?

Jamais serão os mesmos.

O eterno momento nem

sempre dura o infinito.

Mas eu daria tudo, até o dito

pelo não dito, para durar.

Daria a vida, mas não sei

se a eternidade iria aceitar.

Uma pobreza de alma, uma alma

arraigada de dor.

será mesmo? Será mesmo

que nada vale a pena para o amor?

eu diria que vale,

até nossos íntimos sacrifícios.

Até os mais tortuosos martírios.

São inúmeros vícios,

esses amores e delírios.

Talvez a humanidade jamais curar-se-á:

Talvez eu mesma, a alegria não encontrará.

E no âmago de um luar, jurado perante aos céus

que seria só nosso, no âmago de se apaixonar

sob o véu do amor, tudo valeu a pena...

afinal, ambas almas escolheram o mesmo dilema...

E talvez se encontrem por aí,

nas esquinas do coração.

Escondendo o sentir

de uma louca paixão.

Este é o último motivo para rimar.

O último, até da vida a dor se cansar...

Andrea Sá
Enviado por Andrea Sá em 11/04/2008
Código do texto: T941357