Amor em Cárcere

Sem haver chance,

tornou-se insana minha vontade de chorar.

Neste vazio de tristeza,

vejo-te partir sumindo do meu raio de visão.

A saudade a penar na cela escura,

fez do meu cárcere

o lugar mais infeliz que freqüentei.

Depois de saber que andei pela contramão,

decepcionou-se, abriu mão do meu amor

e quis me transformar em simples lembrança.

Sem suportar a distância,

achou na dó uma forma de aproximação,

finalmente pude reencontrar o sorrir ao te ver aqui.

Nosso jantar resgatou a doce memória,

teus cabelos dançando aos ventos, que visitavam nossa cozinha,

o retrato de nossa família ao fundo, na direita de sua cabeça,

era tudo simples e timidamente lindo...

Mais parecia uma obra-prima daquela nossa preciosa rotina.

Teus ocultos e talentosos dotes culinários,

recordam os saborosos beijos teus,

que alegravam minhas noites.

Noites essas que hoje compartilho com o breu a solidão,

temendo deixar este lugar sabendo que não estará à minha espera.

Aguarde amor,

o castigo aqui vivido, pago por merecer.

Descansa na fé tua impaciência,

a saudade é tua dor,

Deus me fará doutor,

e meu abraço será a cura.

Restam apenas 6 anos...

Edwin Ataíde
Enviado por Edwin Ataíde em 05/01/2006
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