Quimera de Um Coração

Por que me torturas?

Oh sedento coração,

Ao incendiar-me de inspiração,

És tu a quimera das desventuras.

Delirando pelas violetas,

Aspirando as silhuetas por quem me vi chorar,

E em cada momento buscando a realeza,

Daqueles perfumes eternizar.

Mesmo sem provares da flagrância,

Da mais deliciosa rosa,

O amor eterno que não pudeste achar,

És tu audaz, mas irracional,

De tanto a razão me dilacerar.

Hoje em mais uma alvorada,

Amanheceste para um novo amor,

A padecer por mais uma alma,

Que desfaça o frio e o dê calor.

Prosseguindo por todo dia,

Almejando a mulher que o dê louvor,

Na estrada deserta a buscar a companhia,

Que abrace a beleza de um sonhador.