SEM NADA NÃO!?!

Sem nada não!?!

Uma busca de liberdade, de tirar

Na margem dos pés

o desatado nó

ancestrais

uma procura, vã

da felicidade que mora

se não ali, aqui, acolá...

Derradeiro ser que encanta a noite

que alimenta a criança

sonhos e desatinos

que rimas me levam

ao horizonte

ao longe

sem chão

sem pés...

Me largo afundado nas marés

balanço em extremos

nem sei dos caminhos

me ergo

paraninfo

sem mãos

sem donzelas

emergindo,

sufocado apenas nas lágrimas...

Lágrimas de olhos impuros

Lágrimas cálidas

Lágrimas póstumas!

(Poet Ha, Abilio Machado. 19.11.06)

abilio_machadof@yahoo.com.br