AMO...

Amo a calma que há por trás dessa tempestade

Essa, que devora minha ansiedade, a saudade.

Essa, que aniquila todos os meus anseios

Com apenas um, o Amor que vibra no teu peito,

Só isso me faz viver: e parece-me um despeito!

Amo essas lágrimas que irrigam uma lavoura

Essas, que só sabem da estação de nossa hora.

Essas, que reclinam, na ausência de freios,

Vertiginosamente agora, com a pura emoção

De um rio louco que abraça a tua imensidão.

Amo, por fim, essa mania de servir-te, meu amor,

Essa, que recita todos os versos e reversos da dor

Essa, que alimenta os meus amorosos gorjeios

Com materno esmero e zelo, e que me descreve

Colibri voando alto e longe, e pousando em ti, leve.