A crença do amor
Um rosto que não sabe que é rosto,
confunde-se com gosto
de quem sabe e não diz.
Uma vida que sabe que é vida,
desfarça e convida
quem quer ser feliz.
Não há espaço para solidão
nem mesmo cansaço de coração
para os que amam sem recompensa
e os que sonham em meio a sentença.
A flor que não sabe que é flor,
esquece, tão frágil, da dor
de quem fala e não faz.
O mar que sabe que é mar
põe-se e chama a cantar:
quem é que clama pela paz?
Não há tempo para ilusão
tão pouco medo no coração
para os que amam sem indiferença
e os que sonham com esta crença.