A crença do amor

Um rosto que não sabe que é rosto,

confunde-se com gosto

de quem sabe e não diz.

Uma vida que sabe que é vida,

desfarça e convida

quem quer ser feliz.

Não há espaço para solidão

nem mesmo cansaço de coração

para os que amam sem recompensa

e os que sonham em meio a sentença.

A flor que não sabe que é flor,

esquece, tão frágil, da dor

de quem fala e não faz.

O mar que sabe que é mar

põe-se e chama a cantar:

quem é que clama pela paz?

Não há tempo para ilusão

tão pouco medo no coração

para os que amam sem indiferença

e os que sonham com esta crença.

Carolina Oliveira da Silva
Enviado por Carolina Oliveira da Silva em 01/05/2008
Reeditado em 01/05/2008
Código do texto: T970027