Horizonte de Amor

Horizonte de Amor

Olho para as profundas trevas que me habitam

e percebo os contornos dos meus medos

disfarçados de inocentes vazios disformes...

Repousam em minhas mãos, em reticente espera,

todas as palavras que não me revelam

iludindo o universo com espelhos que não me refletem...

O silêncio estremece os vazios, e minhas mãos

vão colorindo intenções na cálida luz do futuro.

Mesmo em meio às brumas de todas as incertezas,

pulsa ainda o amor nessa imensa escuridão

à luz escassa de uma esperança furtiva e fugidia,

onde me esvazio de mim, em meio aos sonhos,

tragados na calada de todas as horas de lancinantes esperas...

Cada vez mais avanço ao inesperado dos meus caminhos,

onde a divisa entre a realidade e a fantasia

é o horizonte dos meus passos para onde me guiam

as trilhas de todas as minhas escolhas...

O que ficará deste tempo apartado de mim?

Talvez a memória do riso,

talvez o precipício da dúvida,

talvez ainda a lágrima oculta, que desliza tímida de esperança...

Ainda assim, em meio aos medos,

sei que após a inquietação aflitiva da escuridão,

espera-me a luz do meu próprio olhar,

espelho do horizonte que me aguarda...

Mas também sei que antes dele

há mil armadilhas a transpor...

e a mais perigosa delas...é o amor...

J.B. Xavier & Fernanda Guimarães

JB Xavier e Fernanda Guimarães
Enviado por JB Xavier e Fernanda Guimarães em 02/05/2008
Reeditado em 02/05/2008
Código do texto: T971869