Horizonte de Amor
Horizonte de Amor
Olho para as profundas trevas que me habitam
e percebo os contornos dos meus medos
disfarçados de inocentes vazios disformes...
Repousam em minhas mãos, em reticente espera,
todas as palavras que não me revelam
iludindo o universo com espelhos que não me refletem...
O silêncio estremece os vazios, e minhas mãos
vão colorindo intenções na cálida luz do futuro.
Mesmo em meio às brumas de todas as incertezas,
pulsa ainda o amor nessa imensa escuridão
à luz escassa de uma esperança furtiva e fugidia,
onde me esvazio de mim, em meio aos sonhos,
tragados na calada de todas as horas de lancinantes esperas...
Cada vez mais avanço ao inesperado dos meus caminhos,
onde a divisa entre a realidade e a fantasia
é o horizonte dos meus passos para onde me guiam
as trilhas de todas as minhas escolhas...
O que ficará deste tempo apartado de mim?
Talvez a memória do riso,
talvez o precipício da dúvida,
talvez ainda a lágrima oculta, que desliza tímida de esperança...
Ainda assim, em meio aos medos,
sei que após a inquietação aflitiva da escuridão,
espera-me a luz do meu próprio olhar,
espelho do horizonte que me aguarda...
Mas também sei que antes dele
há mil armadilhas a transpor...
e a mais perigosa delas...é o amor...
J.B. Xavier & Fernanda Guimarães