PURA ILUSÃO

POETASP

Eu sou apenas ilusão de ótica,

Não sou nada disso do que represento,

Entro de mansinho quando abre a porta,

Saio na calada do teu pensamento,

Estou a um passo do teu desespero,

Me viro e sigo atento na tua agonia,

Sou tua metade, na qual desconheces,

Viro-me palavras pra sua alegria,

Estarei contigo noite e dia,

Mas que te abandonar, quando chegar a hora,

Eu sou o teu escravo, a tua fantasia,

Me tenha a vida inteira, pois eu vou embora,

E quando na manhã seguinte, ao acordar,

O sol há de brilhar, não lembrarás quem fui,

Mas sei que a saudade, o peito há de apertar,

Ao contar as estrelas que em teu céu, eu pús,

O vento carregou, cacos de mim,

Num dia de outono, pela janela aberta,

Eu fui teu sonho bom que um dia teve fim,

Esqueça quem eu sou, sou ilusão de ótica.