O GRANDE AMOR

Calado como um cão sem coleira

te sigo.

Se nem sequer para trás olhas,

mesmo assim a mim digo

que vale a pena seguir por um sentimento

como um cisco se entregando ao rodopiar do vento...

Às vezes me arrependo dessa plenitude amorosa

que me faz compreender porque o mar, tão absorto,

apenas vive a imensidão de suas águas e nem ri e nem chora,

que me faz ver que a águia que no mais alto pousa seus sonhos

a vir cá embaixo às vezes por muito tempo demora...

Meus olhos pousam sobre a montanha que nem sabe o que é,

apenas me olha com sua altitude e me vê como se eu, aos seus pés,

tentasse entender o quão é plana a dor que meu coração arrebanha,

aqui, tomando fôlego, em ar pleno querendo escalar a montanha...

Como um lôbo que não conhece em si o selvagem

sigo tuas pegadas porque o grande amor é uma grande viagem.