Cachos Negros - Sonífero do Amor
Ai, ai. Estas folhas que caem, jaz
Deslumbrante beleza morta, adubo
Fulgurante antevir de meu destino
Ah! Minha deusa da bela noite, preteie-me
Sua serva, tão inexata, te clama
Tal como as folhas desmaiam, rendidas
Fui gravitada pelo amor, maior que eu
E na raiz caiu, pois tal raiz morreu
Falei-te, em meio a mais um pranto seco
Que eu desejo somente a ela, a sereia morena
Ela é como o que me sobra durante o sono
Um esquecimento colorido e rico em alegria
O negro de seus cabelos me suscita nostálgia
E me faz também tomar-me em medo
Pois, quando eu acordo e a luz se faz,
Nada mais eu tenho, somente um desejo