DOCE REENCONTRO
                (OUT OF AFRICA)


Ali estava eu olhando quem passava
De repente apareceste diante dos meus olhos
Algo me fez um doce recordar
Via aquelas vastas planícies,
Culturas de sisal, algodoeiro, cafezal
Velhos embondeiros, frondosas mangueiras
O cheiro quente emanado das terras vermelhas
Aquele sol escaldante,
De repente as chuvas quentes
Raios de luz desenhando no céu
O meu medo das enormes trovoadas
O cheiro emanado daquelas
Terras molhadas…
Tantos e tantos anos se passaram
Eu era o teu amor e tu eras o meu.
Perdemo-nos no meio da confusão
Tantos foram os anos desencontrados
Mas não foram em vão
Neste momento foram reencontrados
Agora tu já com os cabelos
Iguais a raios de luar cor de prata
Nos atirámos nos braços um do outro
Estaríamos a sonhar?
- Deixa-me olhar-te -, dizia eu…-
- Quero olhar-te -, dizias tu…-
Num abraço apertado de amor antigo
Beijo molhado imenso…!
Pleno de amor d’outrora e de hoje
Eu feliz abraçada na tua alta e esbelta figura
Jurámos nunca mais nos separar
Já não há guerra que mal nos possa causar
Vamos viver e satisfazer
Esta paixão há tantos anos desencadeada
Misturados nos odores e nas cores
Da nossa África encantada


            «««««»»»»»
                                             

Susana Custódio

Sintra, 17 de Maio de 2008