A ROAD FOR THE DARK FREEDOM

A ROAD FOR THE DARK FREEDOM

(DEDICADO AO NIRVANA)

Ontem contemplei a áurea face da melancolia,

Ao escutar, atentamente, em suas canções,

O dolente fluxo da vida: quem é?

A sua lúgubre Melodia.

Então tive medo:

Pois lhe discerni não apenas a sofismática plataforma da compleição íntima,

Mas, ao debelar a sua epiderme, fitei-a. Sim, a fitei quando penetrei na atmosfera

Do seu cerne, bojo, âmago ainda.

Sim, tive medo,

Porque olhei fixamente sua aura:

Ocultas vísceras líricas de mim mesmo concomitantemente em predador

E presa se convertendo.

Ah, compreendi o que nunca compreendera:

Os fantasmas são universais; e não peculiares

(como, segundo a Bíblia, o é a Sarça que, para Moisés, ardera)

Em verdade, esta Melodia me fez ficar cansado

De ser refém do meu próprio ego,

Para que, em seguida a tal compreensão, eu me permitisse emancipar

Do introspectivo naufrágio

Em que estava metido e lançasse meu olhar sobre o horizonte,

Estacionado muito além de mim, deslindando a angústia que esgarça e carcome

A vontade de poder da passional eletricidade:

Que, com efeito, são os prisioneiros da opressiva opacidade.

No entanto, é pena:

É pena que aquela singular e colossal lufada de inclusivas luzernas

Tenha sido tão efêmera,

Mas não de todo inócua,

Pois reverbera. Reverbera nas mentes dos prisioneiros da opressiva opacidade,

Materializada na eterna égide que nos oferece a lúgubre Melodia,

Toda vez que a escutamos. Por quê?

Porque nela se pavimenta o caminho á liberdade,

Oculta pelo intangível e também soturno horizonte de herméticas primaveras

De teatralidade.

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA

http://poesiatropega.spaces.live.com/