Um dia ele desarreou o cavalo 
Para nuca mais ir campear 
O sal no lombo do potro arredio 
Caiu da tristeza do seu olhar 

Seu coração, pedra aquecida no fogo
Que esquentava sua vida fria
Estará esquecido no silencio 
Na geada das noites vazias

O tempo, boi tirano, dobrou as forças
A vista encurtada não lhe permite olhar 
A imensidão dos campos verdes 
Onde sua alma campeia a sonhar
 
Mas os campos estarão lá entristecidos 
Onde  a saudade a nova companheira 
Molhará seus olhos no orvalho da dor
Nas lembranças doídas da vida ligeira.


Pequena homenagem ao grande peão boiadeiro, domador e encantador de cavalos, seu Antonio Dias.  A simplicidade de sua alma o enriqueceu como se humano eo fez profundo e humildemente sábio.  Duplamente morto nesta vida, só não conseguiu domar a vida, esta potra chucra,traiçoeira e indomável.

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 18/08/2008
Reeditado em 04/02/2017
Código do texto: T1133699
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