CAMINHO PARA A LIBERDADE(TRIBUTO ANA CRISTINA CÉSAR)

CAMINHO PARA A LIBERDADE

(TRUBUTO A ANA CRISTINA CÉSAR)

Sinto o olor da introspecção

Sinto olor da voz da confissão

Sinto o olor de catársicos solilóquios camuflados em desabafos

Sinto o olor do peso da ausência erigir estradas de secreto calvário

Sinto o olor de um drama em sólida, fleumática e célere gradação

Sinto o olor da presença do niilismo

[Suavemente

Segurar firmemente as suas mãos;

Afagar seus seios com arguta sofreguidão;

Despir seu corpo-alma em estafa

Por nadar tão apaixonada e baldiamente

Contra o insuplantável fluxo do oceano da onipresente desilusão

Malevolente: templo da mais dantesca sezão!

Sinto o olor da auréola do Mal do Século

Seduzi-la, Em seu velhaco novelo envolvê-la

Sinto o olor da aura de SYLVIA PLATT

Cooptá-la, Absorvê-la!

Sinto o olor da religiosa ortodoxia

E o olor da obsessiva busca da metamorfose, do novo,

Simultaneamente, seus passos ambíguos guiando:

Mostrando a libertadora trilha.

Sinto o olor da ponderada temeridade da surreal contemplação:

O Pégaso, A Pomba, O Búfalo Azul, A Águia em Evolução:

O Vôo da etérea e perpétua Emancipação!

Sinto o olor da supernova refulgindo

Quando ela, a Parnasa, a Poeta-Poetisa,

Sob o aconchego do ametístico divã da epifania,

Liba o soro da definitiva digressão, da antimonotonia!

Sim, sinto o olor da magna Flor da Autopsicografia

Virar constelação de furtivas estrelas,

De ansiformes e criptográficas Poesias:

A íntima compleição, o eterno descanso

Das casamatas da agonia!

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA