Nara
O que preciso dizer,
Não sei se vai entender.
Porquê a subestimam?
Seu rosto dilacerado,
Seus olhos machucados.
Suas mãos por vezes agressiva,
Também sabem afagar os seus mais próximos.
Transpassa medo e apreensão,
Nervosa permaneço ao te ver, aflita.
Sem poder te socorrer.
Em surto quero longe estar,
Mas longe torço para acalmar.
Mas um dia quem sabe é você
Que vai interceder.
Fica no seu mundo,
A girar, a rodopiar.
Sentada ao léu.
Movimentos estereotipados,
Para aliviar a dor.
Nem que eu entre no seu íntimo,
Ou abra a sua mente,
Não poderei sentir, o que tu sente.
Não gostaria de sentir teus sentimentos,
Mas fico observando-te,
Pensando no motivo de tudo isso.
Tudo isso é ocasional, determinado?
Ou será culpa do acaso?
De repente uma forma de resgate e evolução?
Quem sabe também na estranheza do seu jeito,
Não se sinta bem?
Levantar a mão é uma defesa,
Pulsões recalcadas.
Continua Nara, segue com teus instintos.
São teus alívios.
Alguém sempre irá cuidar de ti, te ensinar.
O tua vaga sempre estará reservada.
19/09/08