CAMINHANDO

( A Trancoso, aos trancosenses, à portugalidade)

CAMINHANDO

Caminhando, os passos passam apressados!

Na velha vereda pisada p’las memórias

Ainda bem ecoavam as antigas glórias

De reis, de espadas, de batalhas e de passados!

No alto da montanha, ventos desfraldados

Combinavam o épico grito das vitórias,

Tingidas de sangue, de heróis e de histórias

De Tição, de Magriço e alcaides consagrados!

AH! A fortuna cega de querer e amar

Esta terra, tão perto do céu, tão longe do mar

Povoada de riachos, lameiros, colinas

Que carcomidas árvores fizeram em meninas

As florestas da giesta, da urze e pinheiro,

Galgando aromas selvagens no ‘spírito romeiro

De Homens e mulheres, de crianças e gente

Ao versejar feitos e humildade perene

Dos grandes povos frente ao mar, à nau e ao leme,

Que conduz a bom porto a decisão, a força!

Enigmáticas pedras as que vislumbro no além

Sobre a montanha, em coroas serpenteantes,

Olhares atentos, abertos e vigilantes,

Guardando os segredos mais ímos desta terra-mãe!

Talvez sejam pajens, cavaleiros, tudo e ninguém

Gentes, povo, almocreves, judeus, navegantes

Num rendilhado qu’as velhas ruas indiferentes

Em livro sagrado, que o coração e a mente tem!

Olho, pensante, aquela montanha d’ar folgoso,

Orgulhosa do seu sol , de alma antiga e jovem!

Ali me sento e ergo as mãos para que louvem

O Céu mais belo, a melodia mais terna que tem

Este recanto de amor, a terra de Trancoso!

José Domingos

Jose Domingos
Enviado por Jose Domingos em 26/12/2008
Reeditado em 18/08/2011
Código do texto: T1354133
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