Florianópolis " Ilha da Magia" !

Ilha da Magia!

O poeta já cantou e encantou.

O casamento das montanhas com o mar

Os gringos “dá-me dos” não entenderão jamais.

Esquecem o volante, “miram aquele visual hermoso”.

E, morrem felizes...

Terra de Cruz e Souza, de Carlos Guilherme Schmidt,

De Oscar Schmidt Filho, de Dona .Laura a inspiração do Oscar,

Que nesta terra ganha apelidos, Oscar é Caso,

Seu João é Chepa, Osmar é Quentinho.

Será porque teve 13 filhinhos?

Só sei que “ tua lagoa formosa

ternura de rosas

poema ao luar”

Inspirou o poeta Cláudio Alvim Barbosa

Que tinha o apelido de Zininho

Aqui, todos possuem apelido, ou um dono.

Dona Olga do Seu João

Dona Osmarina do Seu Osmar

Outros possuem apelidos mais condizentes

Com suas características ou, seus hábitos;

Zé do Nariz, Capenguinha, Zóinho;

Caninha, Pinguinha, Pé de Cana;

Talvez por todos morarem pertinho do mar,

Saírem para pescar e, como lenitivo,

Para espantar o medo, tomem uns golinhos de aguardente.

Quando não tomam, comem com farinha mesmo,

Aquela pura que usam para fazerem pirão de água crua...

Coisas da Ilha que só quem vive aqui é capaz de decifrar.

Se” qués, qués, se não qués, diz;”

Ou “mofas com a pomba na balaia”

Que nada mais significava:

As pombas vendidas no mercado público que ficavam em balaias de vime

E eram vendidas a tantos mil réis, para fazerem canja para as parturientes

Daí o trocadilho...

Palavras vindas com os portugueses da Ilha de Açores..

Os desafetos, malfeitores que aqui foram deixados como forma de punição

Os que tinham penas a pagar vieram aqui morar ...

Mas não eram todos, o resto veio para ganhar terras, nova vida,

E a chamaram de Ilha do Desterro, nome melhor não tinham

Ah,estes portugueses, fundaram e até hoje afundam

Nada mudou,quando muito a aparência de algumas cidades,

Descobertas por outros povos de outras origens...

E um dia para homenagear mais um desafeto que os traiu

Chamaram a ilha da Magia de Florianópolis ...

Coisa que não mais importa ...

O que importa e faz a diferença nem é o povo, nem a Farra de Boi

É o mais belo que já se viu ...

O mar nas suas mais esplendorosas nuances ..

As águas quentes que encantam os turistas

O céu de um azul indecifrável ..

As montanhas em todos os tons de verdes

Que aqui ganham o nome de morros, assim simploriamente

As pedras no mar dão mais um espetáculo e suas ilhotas em cada canto

Sua areia branca e fina que quando venta machuca a pele

Como uma chuva de areia a nos açoitar

É o vento sul, que assovia e canta

Vira canção na voz popular ..

Que chega e consigo trás a mãe chuva por três dias..

E o frio se faz presente

Todo morador conhece uma história ..Um causo ..

E contam num linguajar cantadinho, se escutas?

Que importa, eles querem é falar ...

É assim na Ilha da Magia ..

Todos falam sem parar ..

Se não ouves, que azar ...

Perdes as histórias, tristes que dá dó...

Mane adora contar tristezas e vais desfiando uma a uma

De doença e de morte ...como adoram uma doença, mas tem que

Ter consistência, não pode ser nós nas tripas, nem ataque de bichas...

Estas já não assustam...

Os casos mais engraçados são os dos avisos das almas penadas, na calada da noite

Dos tesouros enterrados e juram que encontraram o tal baú cheio de ouro.

Mas o belo ...ah o belo não sai dos lábios do povo, isto não ...

Do belo eles falam “ dereitinho”, que terra linda esta nossa

É beleza em cada canto ...

Aquele mar batendo nas montanhas,

Será que é moras no sítio ?

Ou numa praia?

O que será?

As casinholas recebem o nome de Bom Abrigo

E suas cores no alto da montanha vão desfalecendo ..da cor de tijolo ao bege ...

Do vermelho forte clareando até o rosa desmaiado

E do alto da montanha o espetáculo é ímpar ..

É tanto mar, do azul mais profundo se confundindo com o céu

Que não sabemos aonde começa um e termina o outro

E quando a bruma encobre tudo, naquele mágico Fog Londrino

Que o povo da terra não sabe como decifrar e diz ..

Está tudo esfumaçado...oh tristeza..nem enxergo...

Inebria, ofusca, emociona ...

Aqui tudo que é belo é de doer , o sol, o mar, a comida ..tudo é de doer ..

Ou de morrer e se morre a cada instante, de tanta beleza!

O homem da Ilha é chamado de Mane da Ilha ..

Homem simples , sábio com carinha de Anjinho mas, não te iludas...

Ele com sua maneira doce de ser, vai de mansinho enganando, engabelando e, quando vês assim como peixe...caíste na rede ..

Ele não é mau, é de índole boa, descansada , preguiçosa..

Não arquiteta planos mirabolantes ...

Traçar planos para assaltos, grandes golpes ...isto é cansativo ...

O povo gosta de rolinhos, fumaçinha, água que passarinho não bebe, um cheirinho...

E seus contos envolvem sereias ,muita cachaça da boa e peixe fresco

Ele não quer ostentar ...quer viver

Toda a beleza que existe na Ilha da Magia ...

Os manes estão partindo e nova geração deixando, e hoje,

Na ilha quem manda são os magnatas paulistas,gaúchos, paranaenses,

Os mineiros, os franceses, o suecos e os ingleses...

São turistas que chegam e abraçam a velha figueira da Praça XV

Existe uma lenda que diz: se abraças a figueira uma vez, e dás sete voltas em torno dela

Nunca mais partirás.

Fizestes o ritual, fostes enfeitiçado pela magia das bruxas

Teu destino é ficar e te inebriar, com a beleza do lugar...

“Se qués, qués, se não qués, diz” !