Clarice Lispector
Assim como as estrelas nasceram para o céu
Clarice nasceu para os contos
Quando os deuses
Da literatura a conceberam
Houve um alvoroço de festa no céu
Disseram eles: Eís aí nossa eterna criança!
Mas deixaram que ela fosse
Para o mundo dos mortais
E a presentearam com o pássaro da sorte
Mas os deuses se esqueceram
Que mortal ela se tornaria
E que algum dia havia de crescer
Os deuses arrependidos
Alguma coisa teriam que fazer
Aí tiveram a idéia:
- Clarice, vais escrever!
E quando isso aconteceu
Os deuses a iluminaram
Com a mais pura sabedoria
Então Clarice com seus contos
Encontrou o mundo da fantasia
Um mundo que só a magia
E a pureza de uma criança
É capaz de desvendar...