CORDEL PARA FAFÁ

F á t i m a, na certidão,

E “Fafá”, na intimidade.

Diz, com decisão aguda,

Que não gosta se lhe dão

Este apelido que há-de

Sentar bem só na peituda.

No nome também tem M a i a

E, no começo, M a r i a.

Seu corpo, feito viola,

É bom roçado em que caia

O olhão de antropofagia

De uma baita corriola.

E, claro, modéstia à parte,

Nesta grei, lá pela praça,

Honrado, nela me enquadro.

É que sei ver obras d’arte,

‘Inda mais sendo de graça,

E de fino gosto o quadro.

Sendo de gente colega,

E mais que colega, amiga,

Por que vou eu molestá-la?

O seu charme é que nos pega,

Pois seja o Timbó que o diga,

Se já não perdeu a fala.

Mas, quando no seu mister

De educadora, docente

Que leva a sério a missão,

Faz-se uma líder, mulher

Atilada e competente,

A dar e a tomar lição.

(Julho, 1989)

Fort., 12/04/2009.

Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 12/04/2009
Reeditado em 12/04/2009
Código do texto: T1536002
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