DANCE MICHAEL

Teu corpo frágil, um beija-flor

Não era de um homem

Era mesmo de um pássaro,

Olha que você bem tentou achar uma flor em nós

Mas éramos de aço, Michael

De aço frio, perfeito e rígido

Enquanto você era a leveza non sense que flutuava

Na leveza do impossível

A desafiar nossa compreensão

Você e seus movimentos estonteantes

Seus gestos vertiginosamente delicados e precisos

Numa alma de criança

Como esperava que pudessemos entendê-lo?

E jamais o entendemos!

Pois seus pés estavam a tricotar caminhos no desconhecido

Nos espaços da imaginação aonde não podemos ver

Onde ondas que vem do infinito, balançam a seduzir nossas almas

Que estranha sua universalidade!

Enquanto nós tínhamos tanto peso nos pés, Michael

Mas nosso mundo concreto e imperfeito esta aí

E ficará aí, enquanto você partiu numa nave reluzente

Para dançar nas estrelas

Vai Michael...ensine sua coreografia a todas elas

Dance com seus passos levíssimos

Ensine sua coreografia à todo planeta sem cor

O que dança agora em nós é apenas sua ausência

Neste vazio sem movimento,

Porque nossos pés de aço

Estão grudados ao chão para sempre!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 27/06/2009
Reeditado em 04/03/2020
Código do texto: T1669663
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