Fernando Pessoa (ele mesmo)

Está um saco,

O tempo não passa,

O sol apareceu em meio tédio

Entre as nuvens esparsas.

Está uma merda,

O vento frio gela

Os meus fracos pulmões, diante de uma

Sala cheia de olhares pensantes aglutinados.

Está um tédio,

O tempo não passa,

Não repassa e nem paga...

Está um tédio, um saco

E uma merda, o reflexo da minha vida,

Perante um barco seco no horizonte,

Sendo castigado pelo tempo,

Que o maltrata aos poucos

O seu viver no seu entender,

Assim acha-se que sim ou não.

Parece paranóia,

Loucura, mas o tédio

Perplexo da angústia do eu,

Perante aos olhares desconexos

De um grupo de certos nadas viventes...

Um pássaro invisível

Fica a cantar nos meus ouvidos,

Vejo em minha frente Fernando Pessoa (ele mesmo)

E não os seus heterônimos, meio perplexo

Com o meu ato de escrever amargamente.

Um tic-tac no coração,

Fica a estremecer com o escutar

De uma narração de um texto

Desloucado paranóicamente falando e entendendo.

A vida é feita

Cheia de vermes, que não sabem

O verdadeiro valor da verdade,

Se ela existe de verdade em relação

A vida e suas tortuosas marcas

Feitas pelo espaço de um papel

Cheio de letras em tédio, merda e saco.

Entre os ecos de um rio e suas margens,

Há um ser invisível em vida...se ela mesma existe.

(Rodrigo Poeta)

Rodrigo Poeta
Enviado por Rodrigo Poeta em 11/07/2009
Código do texto: T1694371
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