Carta aos familiares
de Edson Gonçalves Ferreira
para minha família em Portugal e no Brasil e, em especial para meus anfitriões Miguel Teixeira da Silva e Malubarni, Susana Custódio, ZéAlbano, Dulce Leal, Joaquim Evônio e amigos do Recanto


Quando viajei com o cavalheiro Zé Albano, que, também, é poeta e cronista, colaborador de jornais em Celorico da Beira, estive no Portugal Profundo e isso,
minha gente, quer dizer que passei por vários lugares. Entramos primeiro, como já descrevi, na primeira carta, em Manhouce e, depois, dirigimo-nos a Viseu que é a sede de São Pedro do Sul e de Manhouce na Câmara Municipal, pelo vice-presidente José Albano.

Ali, fomos recebidos com toda a honra e circunstância. Entreguei ao poeta Zé Albano, na frente do vice-presidente da Câmara, que aqui é considerado o vice-prefeito, a medalha da Organização Nacional dos  Escritores, feita em ouro e que, na verdade, é uma bela comenda. Por outro lado, fomos fotografados como filho que voltava para a casa para sair nos jornais locais.

Naquele local, visitamos o Museu que mostra as tradições da fabricação do queijo e de outras delícias daquele local e, como éramos autoridade -- _ Que chic, não? -- serviram-nos um banquete regado com o melhor vinho e, depois, dirigimo-nos a outros lugares. Fomos para Celorico da Beira e, ali, conheci a simpática Rosa, esposa do Zé Albano e, depois, dirigimo-nos a Belmonte, terra de Pedro Alvares de Cabral.

Ao chegar, encontramo-nos com o jornalista José Domingos, do Recanto que, também, é uma autoridade, pois como intelectual ajudou na fundação do Museu do Descobrimento, da Sinagoga, etc. Ele chegou acompanhado do antrópolo Ivo Rato, que mora na Austrália e do amigo Bob John que, por sinal, já trabalhou -- imaginem... -- com os Rollings Stones!

Jantamos, então, no Restaurante Lagar, ao lado do rio Mondego e, assim, a noite correu solta e maravilhosa. Trocávamos experiências e, ali, o poeta e jornalista e empreendedor José Domingos me contou que é casado com Luiza, que mora, uma parte do ano, em Contagem. Ligamos para ela e já agendamos uma visita dele a Divinópolis. Luiza já ficou minha amiga.

Não posso deixar de citar que o poeta e jornalista Zé Albano é querido e conhecidíssimo e respeitadíssimo em todos os locais que passei. Todo mundo o conhece e ele, sempre, ao lado do poeta e jornalista José Domingos, apresentava-me como o "senhore doutore professore". Encantou-me e muito tudo, tudo...

O Museu do Descobrimento é fantástico. Todo computadorizado, permite que vislumbremos os feitos em salas interativas. Por exemplo, você pode interagir com os índios brasileiros nos painéis eletrônicos e, inclusive, existe uma sala de Música Popular Brasileira. No chão, há sensores e, quando você escolhe um, escolhe a música e os instrumentos. Ali dancei o frevo, o baião, o maracatu, o samba para que eles vissem, in loco, a minha brasilidade também. Pude ver a réplica em tamanho natural do primeiro avião que sobrevoou o Atlântico, tendo como piloto Sacadura Cabral e tudo isso ao lado do poeta Zé Albano.

Conhecemos também uma sinagoga e vimos o túmulo de Pedro Alvares de Cabral e a imagem de Nossa Senhora do Descobrimento. Foi emocionante. Tudo isso aconteceu graças ao amigo Zé Albano que, depois, me levou para, na volta, conhecer Santa Maria das Lamas onde foi alta patente na Polícia Montada e, mais uma vez, pude conferir o seu prestígio.

Terminando a viagem, fomos encontrar com o meu querido amigo Miguel Teixeira da Silva, no Restaurante Atlântico, emGaia, pois a Malubarni, minha adorada amiga já me esperava. Já havia telefonado e também a co-anfitriã Susana Custódio em cuja casa ficamos em Lisboa. E, no Restaurante Lagar,  saboreamos delícias impares e aquele vinho saboroso.

A noite já ia alta e, no céu, uma lua branca lembrava a minha mãe e, então, entre uma conversa e outra, pediram que eu cantasse e, atrevido, mesmo defronte a Imprensa e ao lado de Bob John que trabalhou com os Rollings Stones, cantei. Afinal, "Eu canto porque o instante existe e a minha vida está completa.." - já disse a nossa imortal poetisa Cecília Meireles -- Não sou alegre nem triste, sou poeta".

Feliz e emocionado, despedi-me de Zé Albano que, sem dúvida alguma, é uma pessoa admirável e iniciei a viagem de volta para o Porto. Minha cabeça ainda não consegui administrar todas as belezas vistas nesta viagem. Escrevo só com o coração e, portanto, desculpem-me qualquer lapso. Um beijo, Edson

Porto, 04.08.09 (vésperas da minha partida para o Brasil)
edson gonçalves ferreira
Enviado por edson gonçalves ferreira em 04/08/2009
Reeditado em 04/08/2009
Código do texto: T1735590
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