Verão de 1872

à Arthur Rimbaud

Escrevo nas caladas noites

Explico o inefável da poesia

Defino as vertigens do dia

Crio os festins dos louros

Dos dramas aos besouros

Invento apocalipses nos açoites

Elaboro teorias complexas

De ancestrais amores

Desnudo os astros amadores

Procuro carnes neste idioma

Na fúria um inerme axioma

Da realidade desconexas

Ela a deusa foi encontrada

Na eternidade a beleza

No amor misturado pesa

Ao desejo mortal, que jura

Preenche este vazio sem cura

Seja o poeta irreal da realeza

Na noite escura a morte abonada.

Dr Mendelev

Dr Mendelev
Enviado por Dr Mendelev em 06/08/2009
Reeditado em 14/08/2009
Código do texto: T1739899
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