†† OLHOS VERMELHOS ††

Para minha namorada: Nagela Seixas.

Dia 12 de Junho: Dia dos Namorados.

Vi a noite cair como um raio,

Violenta, dolorosa e impactante;

Mas em algo me seguro senão caio;

Senão faleceria a qualquer instante.

A chuva cai junto com minhas lágrimas,

Afogadas em temidas alvoradas noturnas;

Velhas e pálidas se tornaram as páginas,

Desta poesia que tem passagens soturnas.

Vi a noite cair como um assassino,

Ser que causa medo em suas vítimas;

Põe as vidas delas num jogo de cassino,

Onde as mesmas sofrem nas suas íntimas.

Meu desabafo é esta aflitiva poesia,

Que retrata histórias das minhas dores;

Onde me recordo da tenebrosa noite fria,

Na qual em desespero ergo meus clamores.

Dores e clamores nesta noite solitária,

Lendo o livro imaginário desta história;

Não somente uma história tão mortuária,

Mas também cheia de felicidade e vitória.

Tudo suportei, cri, sofri, e esperei;

Olhos vermelhos fizeram meu crescimento;

A noite caiu e em algo forte eu me segurei,

Para que eu não me rendesse ao sofrimento.

Ao sofrimento não dei oportunidade,

Porque no Dom Supremo eu me segurei;

Nada cria duas vezes a mesma realidade,

Por isso ao viver todas elas não faleci.

Pois a tribulação produz perseverança;

A perseverança faz brotar experiência;

A experiência faz crescer a esperança;

E a noite que caía forte perde potência.

Não me arrependo de viver tal paixão;

Mergulhar neste amor foi algo excelente;

Regozija-se demais com isso meu coração;

Este amor é sempre mais e mais crescente.

Chorei muito mas fiz o correto;

Olho para trás e só sinto orgulho;

Agi conforme o que julguei ser reto;

Fiz valer alguma coisa este mergulho.

A noite pode ainda cair como um raio,

E mais violenta, dolorosa e impactante;

Mas sei bem no que me segurar senão caio,

Para que eu não faleça em nenhum instante.

Lírio Noturno
Enviado por Lírio Noturno em 13/06/2006
Reeditado em 30/07/2006
Código do texto: T174564