Cantos

Canto I

Vem aí o rei Dom Afonso, primeiro!

Vem num cavalo , branco…

Vem reinar como o derradeiro!

Voltará a Guimarães e vem ao meu encontro.

Vem ele e o rei de Salém!

Sim! Vem, também! Também...

Ele vem, oh Portugal! Meu pais natal!

Por isso , alegra-te, oh Portugal!...

E vós de Castela! Voltareis para lá…

E também , vós de Leão e Navarra!

E tu Tarique, de África, não ficarás cá!

Mas o Gibraltar , esse estreito, teu barco afundará.

Canta! Camões canta!...

Meu amigo! Teu canto, entoa!

Nessa voz de poeta! O teu eco, ecoa.

Diz a Tarique, que Portugal é terra, Santa!

CANTO II

Sim poeta! Canta feitos heróicos!

Canta Portugal e aquela história,

De Inês de Castro, que morreu,

Por amar tanto, assim aconteceu.

Nos tempos, do passado, humano.

Nos actos , sempre históricos…

Canta! Desde o grande, lusitano,

Nesta Ibéria, terra, do deus Baco.

Canta e canta por minha alma.

E por a gente lusa. Sem que esta,

Venha a perder a paz e a calma!

Também por ti, Camões!… Oh poeta!

Continuarei o teu escrito e teu alerta!

Mas agora, é outro canto e cântico.

Vou contar a história de Portugal,

Num todo universal, e sem igual.

CANTO III

Porque, Portugal, nasceu, um dia…

Mas quem , o imaginaria ou diria?!

Que nasceu, em longes terras e tempos.

Nasceu, antes do sol e dos ventos!

Nasceu como eu, naquele princípio,

Em que eu e Portugal, na verdade,

Não éramos Mas ele era, antes tudo.

Antes do existente , mundo…

Nasceu lá, antes do céu…

Como do pensamento, de Deus, nasci, eu!…

Portugal, nasceu no céu , um dia.

No tempo em que Yavé, à terra disse:

Haja, entre luz e trevas, separação, sim isso!

E Deus, viu que era bom. O fruto do se dom.

E fez Deus a terra e céu. E também, o meu eu.

E as estrelas. E tudo o fez com amor! Amor!

Esse dia foi de resplendor, sem dor!...

Porque, ela não existia, de modo algum.

Nem , em Deus dor ,esteve no coração, sentimento.

Pois Deus é bom, eternamente, eternamente!

Vou-te contar, oh real rei de Espanha,

A história de Portugal, esse pais lindo.

Esse pais, que teus reis, nem sempre.

Na história do tempo e do vento…

Lhe deram o seu amar, ou seu estimar.

Estas terras, da ibéria, eram terras…

Onde os filhos, de Noé pela paz,

Fizeram, muitas guerras!…

CANTO IV

Vou te contar, oh real majestade de Espanha,

A história de Portugal. Esse pais lindo…

Esse pais, que teus reis, nem sempre lhe deram, amar.

Oh da península, dos gregos! E dos Fenícios, rei!

Rei da Hispânica terra e de Portucalen e da Galiza… do mar

Vossa majestade, sabei que vosso reino e este cá, onde fostes vindo,

São eternos e com muito encanto, de beleza tamanha!…

Por isso eu lhe canto, este canto. Sim para ti , oh rei, das Astúrias!

Portugal e Espanha, saíram do de Deus coração.

Meu rei e minha rainha! Ilustre, senhora, dessa nação.

Senhora da Espanha. Vós sois bela e linda, da Grécia.

Eis que de lá também, fostes nascida e ainda para cá vinda.

Pois então! Cantai, comigo, em pranto, canto e fado!…

Ao Deus do céu!… e ainda em oração, nesta canção.

Pois ele é o Senhor meu e vosso!… Que nos tira o enfado!

E os reinos do mundo, vieram do nosso bom pastor!…

CANTO V

Vou pois, te contar o que aconteceu,

No dia em que o tempo, também, assim, nasceu!

Sabe oh rei da Ibéria, que antes de Portugal

E Espanha! Era somente, Deus afinal!…

Era Deus, o Verbo e o Espírito, que sempre venceu!

E antes do tempo! Perdoa oh real majestade!

Mas tenho que parar, por agora, este narrar da verdade.

Sabe pois! Que minha alma está, tão cheia

De tanta Glória! E de tanta água , ainda que também, pranteia!

E alma minha tem tanta mágoa, mais que toda do teu reino, água.

Por isso, os factos se amontoam e tantos e todos querem, sair,

Para a ti chegarem e a teu ser dar, um eterno, sorrir!…

Assim, estes… Por mim, já ao sair, não, já cabem!

Porque deste ser meu eternas verdades , ainda, saem!...

CANTO VI

Meu rei e senhor! Vou continuar, a contar!

Neste meu , tanto a vós amar e estimar

A história , destas terras do azul mar…

Sim! Ilustre rei, de Portucalen e da Galiza!

Onde Plágio, lutou contra Tarique!

Lembra-te! Então que és rei, da terra, que de Deus, desceu.

A ti , oh rei eu amo!… E teu filho ou neto, subirá ao trono.

Assim , Portugal! E Espanha, são o teu reino, que Deus te deu.

Meu rei do eterno bem!… Tu és rei, desta terra, linda…

Cuja paz, nuca dela haverá, outro, como de Deus , o dono…

Tu reinarás eternamente… Com o «Ancião, de dias», de Jerusalém.

Sabe oh rei! Que abaixo, de Jerusalém! Terra do além…!

Será Espanha e também Portucalen. Isto no tempo eterno!…

E o Egipto de Deus e nosso também, será, para sempre.

E o Deus do céu, reinará connosco eternamente. E então, haverá, sem findo, bem!