ENTERNECER

Não sofras mais nas tristes passagens

Não deixe pedras a marcar o caminho

Sempre pensando na volta, presa do medo

De abrir as asas e voar para fora do ninho

Vês no horizonte à tua frente as miragens?

Alcança-as e colhei delas as flores nas ramagens

Indaga-lhes das novidades, do que te é mais caro,

O que decerto e verdadeiramente te contagia...

Estas existirão sempre, se caminhas e procuras

Mas não virão das noites lacrimosas, fugidias

Onde grassam, amiúde, degenerescências obscuras,

Nem do deserto, que vive de lembranças tardias

Mas sim da beleza das tardes a enternecer

Que se vão, dando lugar ao salpicar de diamantes

Onde antes brilhava um sol de raios aquiescentes

Que sempre promete te visitar no outro dia

Nascendo do breu onde pungiram estrelas cadentes...

Acredita que és capaz de mudar a tua sina

Desfaz-te desta tua imagem distorcida.

Busca sem medo aquela fonte cristalina

De onde jorra o néctar que te alimenta,

Te levanta, te apruma, que te dá vida!

Daniel Amaral

20/09/2009

Daniel Amaral
Enviado por Daniel Amaral em 19/09/2009
Reeditado em 06/10/2009
Código do texto: T1820015
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