Foto Google
As luzes da galeria sem ninguém
Iluminam uma pintura de Jesus
Nos seus braços abertos
As suas mãos pedem reflexão
Há quadros em todas as paredes
Há almas em todos eles
Meus olhos passeiam sobre as telas
Anjos confabulam sobre os problemas humanos 
O rosto crispado do homem é o meu
O coração refreado pelo medo me é conhecido
A mão que joga a bomba é a minha
Assim fala minha consciência
Assim falam os olhos profundos
Nas gravuras de Segall,
Elas não escondem as tristezas que possuem
Os sulcos do rosto do homem estão cada vez mais fundos
São caminhos da verdade e me incomodam
A alma sedada exibe os fantasmas que se exilaram no meu ser
As telas mostram uma relação com o mundo dura mas humanizada
Minha relação com o mundo é humana porém contraditória   
As minhas mãos jogam bombas enquanto meu coração afaga,
Minhas mãos é o espelho de minhas verdades
As telas são espelhos  
De quem viu a alma humana e se comoveu
Nela os personagens saem dela
Em silencio
E vão nos deixando cada vez mais só
Cada vez mais vazio
Porque as pinturas são mais fortes que as palavras
A galeria toda está dentro de mim.


Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 26/09/2009
Reeditado em 27/09/2009
Código do texto: T1832454
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