Lua Cheia
Estava eu submersa no céu numa lua solta.
E era tão só, só me sentia tão só. Quantos ais...
Entretanto sentia medo. Medo de não ser mais... Eu!
E não era. Não estava só, e já não era mais eu mesma...
Estava eu submissa num céu cheio de estrelas
Que não estavam avulsas e solitárias
Eram como eu, mais que uma,
Eram todas e nenhuma.
Estava eu convicta de que era cheia
E era supostamente vazia a mente
Mas não o ventre de loba que trazia.
E não era mais solitária.
Estava eu submersa numa lua toda
Era cheia e não era uma
Era a esperança de ser enfim
Num outro ser: Eu mesma e outra...
(Emilia Ract)