O que seria
o que seriam dos olhos
se a névoa em vão não caísse
embaçando a dor que derrama
sobre o coração da planície
O que seriam dos sonhos infindos
em dias de realidade
em que a serra acorda talhada
se não existisse a saudade
O que seria do vasto horizonte
se um dia morresse a poesia
sem deixar o aroma brilhante
que alimenta a noite vazia
O que seria do amor verdadeiro
perdido em precipícios
se não fosse a corda poeta
que um dia chamou-se VINÍCIUS