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Um Poeta Que Não Bota No Papel

Conheci um ser egoísta e cruel, mente efervescente, lábios de fel, um poeta que não bota no papel;

Não botar no papel é a forma mais cruel do sadismo, não compartilhar as dores de todos nós,nossos anseios e sonhos mais pueris;

Não sabe ele que o poeta escracha as dores de todos nós, expoe a chaga do que não foi cicatrizado com pus, o poeta é um ser acessível, ele não aprendeu comigo;

Conheci um ser egoísta e cruel, um poeta que não bota no papel, mesmo diante dos mais variados estímulos, ele se mantêm impassivo;

Mesmo jogando em sua face o obstáculo que há de um dia nos separar e rarificar os meus desejos de encontros vãos, ainda assim, ele teima em não botar no papel;

Conheci um poeta que não bota no papel, porém,ele permanece feliz sendo desta sadoquisma forma ele mesmo;

É um poeta que não bota no papel, mas, o admiro intensamente, mesmo anonimamente ele não deixa de ser ele mesmo,quiçá poeta.

P.S: Essa é uma homenagem ao meu eterno amigo Fabão, se não fosse ele eu jamais perceberia que mesmo sem botar num papel e se auto denominar poeta,podemos ser diuturnamente nós mesmos, sem deixar de ser diuturnamente poetas.

O Poeta do Deserto (Felipe Padilha de Freitas)
Enviado por O Poeta do Deserto (Felipe Padilha de Freitas) em 10/04/2010
Reeditado em 12/02/2011
Código do texto: T2187996
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