Para o que sobrou da borboleta

Deturpada foi o resto de minha quarta-feira

Resolvi, em uma noite, sentir o que sentiu

Por meses a fio...quem sou eu? me digas

Para fazer sofrer quem já teve nos lábios?

Quem sou eu para querer de volta a cor

Do que um dia foi musa para a poesia

Para quem já foi dúvida de um coração puro

Agora manchado pela ferida que não sarou

Resolveu por assim fazer, sem ligar

Viu as varejeiras passarem sobre ela

Sobre o machucado que tampou com band aid

Mas que nem por isso deixou de doer

Parece uma brincadeira, um jogo

Mas a dor que tomei para mim não cabe

O poeta idiota provou do próprio veneno

E resolveu trazer a madrugada consigo...

Unilson Mangini
Enviado por Unilson Mangini em 15/04/2010
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