Para o que sobrou da borboleta
Deturpada foi o resto de minha quarta-feira
Resolvi, em uma noite, sentir o que sentiu
Por meses a fio...quem sou eu? me digas
Para fazer sofrer quem já teve nos lábios?
Quem sou eu para querer de volta a cor
Do que um dia foi musa para a poesia
Para quem já foi dúvida de um coração puro
Agora manchado pela ferida que não sarou
Resolveu por assim fazer, sem ligar
Viu as varejeiras passarem sobre ela
Sobre o machucado que tampou com band aid
Mas que nem por isso deixou de doer
Parece uma brincadeira, um jogo
Mas a dor que tomei para mim não cabe
O poeta idiota provou do próprio veneno
E resolveu trazer a madrugada consigo...