O POETA COM ALMA DE CRIANÇA

O POETA COM ALMA DE CRIANÇA

Retirava a embalagem das palavras,

Usava-as bem nuas,

com expostas fraturas,

que chamava de metafóras.

tripodiava o convencional,

versos escancarados,

sem cadeados, grades,

idioma universal

da sensiblidde.

Arrepiavam, seus adjetivos,

um roçar de rimas,

um rimar de rosas,

subjetivo,

renomeava as coisas,

alternava o clima.

Entre tragos de vinho,

Florescia em sonhos,

Transgredindo o tempo,

se fazendo orvalho,

voando com o rouxinol,

fazendo de si a própria arte,

a escorrer liberdade pelos

cantos dos lábios.

Como se fizesse parte

do poema.

Dedilhava versos,

como se beijam os amantes,

com emoção.

domando métricas,

medindo

o que sobrou no chão.

[gustavo drummond]