Ensaio sobre a morte

O tempo leva, em carreira solta,

toda a matéria que se fez presente.

Todo dom e todo vício voa;

todo ser e pensar se faz ausente...

De repente e não mais que assim

tudo se acaba e corre em grande arrasto;

e não importa se o que havia era vasto,

não importa... sempre há um fim...

O prazo acaba, por mais que não se espere;

tudo se finda, rápido, em um momento;

não podemos negar por mais que nos exaspere,

que a esse mal não há nenhum alento.

Mas aí está a questão maior,

não é a morte a negação da vida,

é só um marco, um marco a penas e só!

Um não mais sarar de uma última ferida...

Matheus Santos Rodrigues Silva

Essa é uma humilde homenagem deste poeta a um de seus ídolos.

José de Sousa Saramago - de 16 de Novembro de 1922 até 18 de Junho de 2010, a mais bela voz de nossa língua.