Ao Mulungu do sertão

Descreve com breves notas

Dá vida a essas letras mortas

Com pranto e serenidade.

Esgotando teu sangue e calor,

Desenhando os versos;

Sejam em mares calmos ou de torpor,

Rabiscas com votos sinceros

Tudo que o rodeia...

Do solo cravejado pela dor,

Resplandece o nascer do sol sertanejo.

Este bravo, forte, compositor,

Pois tu faz música com palavras...

És ébrio do meu desejo!

Munlugu do sertão!

Poeta da seca! Faz chover poesias!

Brotam leveza e arte de tuas mãos...

No canto de um galo,

Concebes a triste e bela das sinfonias

Perfumando-as com teu suspiro...