RELUTÂNCIA

Sempre relutei, disfarcei, fingi não sentir.

Tentei não me importar, me suprir, me consolar.

Altivo, forte, pouco caso.

Mas, hoje minha mascara caiu... Meu véu rasgou.

Minha face foi revelada, a verdade é que nunca consegui pronunciar a palavra PAI

Sem que vertesse lagrimas em mim, sem sentir meu orgulho ferido.

Se pudesse entender como precisei de ti...

Quantas noites chorei por ti...

Quantas dificuldades passei,

Sem sua presença,

Não só de dinheiro,

E sim de atenção, de carinho e abraço...

Sei que compreenderias todo o universo em uma vida.

Incrível, as palavras não saem.

Estou te vendo vivo pela ultima vez e as palavras não saem...

Preparei um sermão enorme e as palavras não saem...

Como sou pequeno diante de você...

Seu espírito descolou do seu corpo e minha sensibilidade sentiu,

Naquela noite solitária ele entrou em mim.

Pude ouvir cada palavra pronunciada, pude sentir como seria, ter você

Pude sentir a emoção de compartilhar o mesmo teto,

Até vi você no banheiro com a porta aberta.

No seu olhar frio na despedida a certeza do fim,

No meu olhar petrificado...

Apenas um começo.

Armando Vidal
Enviado por Armando Vidal em 13/08/2010
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