Baudelaire
Poeta do mal e da heresia
A delícia dos teus escritos me aprazia
Pois a maldade de tua poesia é a sabedoria
Satanás brinda a tua oração
Aquela sórdida e bela canção
Um presente único para a danação
Nessa tarde, em silencio, o crepúsculo anuncia
O fim da imunda moral que a todos há muito guia
É a beleza, a grandeza de tua obra que se inicia
Outrora a atroz tormenta em nossa veia
Mas tu, anjo caído, chega e nos presenteia
Com tua altivez, a atitude que semeia
A tua piedade da miséria deste mundo
E a beleza rara do teu verso de sangue e imundo
Nada mais é, senão um podre amor em suplício e turvo
Tua alma é um céu sem destino e sem alento
Uma viagem conduzida pelo vento
A Luz que ilumina o noturno desta terra, deste relento