Baudelaire

Poeta do mal e da heresia

A delícia dos teus escritos me aprazia

Pois a maldade de tua poesia é a sabedoria

Satanás brinda a tua oração

Aquela sórdida e bela canção

Um presente único para a danação

Nessa tarde, em silencio, o crepúsculo anuncia

O fim da imunda moral que a todos há muito guia

É a beleza, a grandeza de tua obra que se inicia

Outrora a atroz tormenta em nossa veia

Mas tu, anjo caído, chega e nos presenteia

Com tua altivez, a atitude que semeia

A tua piedade da miséria deste mundo

E a beleza rara do teu verso de sangue e imundo

Nada mais é, senão um podre amor em suplício e turvo

Tua alma é um céu sem destino e sem alento

Uma viagem conduzida pelo vento

A Luz que ilumina o noturno desta terra, deste relento

Fabio Roberto Soares Mota
Enviado por Fabio Roberto Soares Mota em 13/09/2010
Reeditado em 17/02/2012
Código do texto: T2494945