ONDE ESTARÁ FAUSTO WOLFF ?

pela orla do leme

saio a procura do mestre,

em passos cambaleantes

e sem rumo.

pergunto aos passantes,

aos prostrados porteiros,

às tortas portas da vida

( que nada dizem ).

pelos cantos de copacabana

procuro o homem

e a sombra de seu algoz.

cansado da manicômica busca,

acabo, exausto,

no sanatório das frustrações.

trôpego, sentindo-me derrotado,

sem a sorte de encontrá-lo,

sento num banquinho da atlântica.

aí, minha surpresa :

embaixo do banco,

o artista medita.

olho para baixo. vejo-o.

quando, enfim, ele se levanta,

eu sigo sua sombra,

que, assim como as ondas do mar,

vai se afastando de mim,

até enlutar-me por completo.

Mário Annuza
Enviado por Mário Annuza em 29/09/2006
Reeditado em 21/10/2006
Código do texto: T251929