ONDE ESTARÁ FAUSTO WOLFF ?
pela orla do leme
saio a procura do mestre,
em passos cambaleantes
e sem rumo.
pergunto aos passantes,
aos prostrados porteiros,
às tortas portas da vida
( que nada dizem ).
pelos cantos de copacabana
procuro o homem
e a sombra de seu algoz.
cansado da manicômica busca,
acabo, exausto,
no sanatório das frustrações.
trôpego, sentindo-me derrotado,
sem a sorte de encontrá-lo,
sento num banquinho da atlântica.
aí, minha surpresa :
embaixo do banco,
o artista medita.
olho para baixo. vejo-o.
quando, enfim, ele se levanta,
eu sigo sua sombra,
que, assim como as ondas do mar,
vai se afastando de mim,
até enlutar-me por completo.