Salvem, salve Rio de Janeiro!

Quando o morro era poesia

Inspiração de um trovador,

Nas noites de boemias

No ritmo de um condutor,

Quando a luz dos postes se via

Alguns encontros casuais

Uma roda de samba se ouvia

Nos acordes glosais.

Enquanto o morro dormia

Ao som de versos de amor

Entre copos e fantasias

O poeta e o compositor,

Embalados de nostalgia

Rimando as dores carnais

Um samba a mais se elegia

No enredo dos carnavais.

O que hoje se ouve profana

Ouvidos dos timbaleiros,

O som que agora emana

São ecos de tiroteios,

O fogo que arde em chama

No morro e nos canteiros,

Enquanto o povo reclama

No giro do mundo inteiro.

Porque o Rio de janeiro

Não é dos bandoleiros

É do poeta, do trovador,

Do sambista do sonhador

É o cartão postal brasileiro,

Do Brasil é o porteiro,

Salvem esse padroeiro

Salve, salve Rio de Janeiro!