Via de regra

Na palha da cana vejo as mãos do lavrador

Carcomidas pelo esforço inaudito de ganhar o pão,

Trabalha que trabalha para aumentar sua produção

A fim de ter um mínimo suficiente com seu labor.

Debaixo de um sol causticante e sem intervalo

Golpeia à direita e à esquerda de cada ponto,

O suor é a magia desse hediondo confronto

Que o rosto estampa sereno e cansado.

Após alguns anos de uma faina alucinante

O corpo exausto decreta concordata,

É o desfecho melancólico de uma luta ingrata

E um retiro justo de repouso a cada instante.

O universo canta louvores ao homem do campo

Numa homenagem surda às mãos que calejaram tanto!

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Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 05/12/2010
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