Palavras e coqueteis

Eu não precisava daquela bebida

Havia dois copos na mesa

Um menos que cheio

Outro nada mais que vazio

Assim como o sopro do tempo

Que desde quilômetros de dias

Só vivia a trazer ventos

De vai-e-vens, tristeza e solidão

Eu sentara ali sozinha

Sobre a companhia de um garçom

Ora ausente, ora sempre ocupado

Só me dava o desgosto

De sua frívola rejeição.

Havia um rapaz ao lado

Que por intermédio do meu atrevimento

Pude compartilhar uma noite

Que obteve um sentido maior

Foi uma imensa alegria

Falar com quem entendia

Que não precisei beber minha agonia

Que brindava uma taça só.

Eu lia e relia aquele momento

Aprendia em cada voz de uma fala escrita

Sobre copos cheios

De assunto e conversação.

Mas por um silêncio oportuno

Convidei-o para dançar

No íntimo do meu ser

E em cada passo da melodia

Em mim música fazia

Cada leitura um descrever

Ao fim do tempo que quebra o silêncio

Me interrompi com os copos no chão

Se fechava aquela noite sem brinde, sem sentido

Só um momento de distração.

¬ Dedicado à Gabriel Ramos

Evelyn Dias
Enviado por Evelyn Dias em 21/12/2010
Reeditado em 22/12/2010
Código do texto: T2684426
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